terça-feira, 23 de novembro de 2010

Reformar o quê?

Dia 31 de outubro foi o aniversário da Reforma Protestante. Há exatos 493 anos Martinho Lutero, um monge agostiniano alemão, com o intuito de resgatar o cristianismo bíblico, anexou 95 teses à porta da catedral de Wittenberg. Seu desejo de levar a igreja de seus dias à prática de uma espiritualidade sadia mudou o rumo da história cristã como nenhum outro evento desde o pentecostes.

Desde então, tem sido falado sobre a necessidade de vivermos novas reformas internas. A percepção de que a casa precisa ser arrumada parece acompanhar as gerações desde o nascimento do protestantismo. Na ala reformada do movimento surgiu, inclusive, o lema ‘Igreja Reformada, sempre reformando’.

Penso, às vezes, que tal discurso parece ter tomado vida e aprendido a caminhar com suas próprias pernas. Em todo lugar se fala sobre a necessidade de uma nova reforma; inclusive por gente que nem sabe o que a Reforma significou. A estes, tenho vontade de perguntar: reformar o que?

Só se reforma algo diante do reconhecimento da necessidade de mudanças. Só se reforma direito caso se saiba as razões pelas quais as mudanças são necessárias. A questão não é apenas mudar; é saber de onde sair e para onde ir! Quando fez o que fez, Lutero sabia de onde partia e onde almejava chegar. E isso fez com que sua luta – mesmo superando suas expectativas – marcasse a história do Cristianismo de forma tão dramática.


           Que precisamos continuar nos reformando todos sabemos. Resta-nos sabermos de onde queremos sair e em que lugar pretendemos chegar. Reforma não acontece sem reflexão; ferramenta indispensável para que qualquer mudança valha à pena.

Rodrygo Gonçalves

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