sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Sobe o balanço oficial de mortos no Haiti por furacão Matthew

Pessoas caminham por rua de Les Cayes, no Haiti, na segunda-feira (10). Cidade ficou devastada após a passagem do furacão Matthew  (Foto: Hector Retamal / AFP)Pessoas caminham por rua de Les Cayes, no Haiti, na segunda-feira (10). Cidade ficou devastada após a passagem do furacão Matthew (Foto: Hector Retamal / AFP)


O furacão Matthew deixou pelo menos 473 mortos durante sua passagem pelo Haiti na semana passada, segundo um balanço provisório oficial, divulgado nesta terça-feira (11) pela Defesa Civil. Desde domingo, vigora luto oficial de três dias no Haiti. Outro balanço, divulgado pela agência de notícias Reuters, aponta mil mortos, segundo autoridades locais.
O furacão é o mais forte a atingir o Caribe desde 2007, e foi justamente no Haiti que o Matthew causou mais destruição. O país mais pobre das Américas foi devastado por um terremoto em 2010 e até hoje ainda não se recuperou completamente.
O departamento (estado) de Grande Anse, que foi diretamente atingido pelo furacão, foi o mais afetado: as autoridades contabilizaram ali 244 mortos e 97 feridos. Segundo a Defesa Civil do Haiti, 75 pessoas continuam desaparecidas e há mais de 300 feridos em todo o país.
A contagem anterior, apresentada na manhã da última segunda-feira, tinha reportado pelo menos 372 mortos.
Desabrigados
Mais de 175 mil haitianos permanecem refugiados em abrigos provisórios, montados em muitas escolas, atrasando o retorno às aulas de 100 mil crianças, como estava previsto pelo ministério da Educação.

Toda a parte sul do país ficou alagada pelas chuvas torrenciais e afetada por fortes ventos que castigaram durante várias horas a região. Matthew tocou o solo com força de categoria 4 e avançava com ventos de 230 k/h.

Além da destruição, as autoridades e organizações humanitárias temem um importante recrudescimento do cólera por causa das grandes inundações e da falta de acesso à água potável e produtos de higiene nas regiões afetadas.

Tratamento de água

Duas estações de tratamento de água potável foram entregues nesta terça-feira pela manhã em Porto Príncipe, como parte do primeiro carregamento de ajuda humanitária enviada pela França. O avião levava 69 toneladas de ajuda, além de medicamentos e kits contra a cólera.

"Será a Dinepa (Direção Nacional de Água Potável e Saneamento) que definirá as áreas onde serão instaladas essas estações", explicou à agência AFP Elisabeth Beton-Delègue, embaixadora da França no Haiti.
"O objetivo da segunda fase agora é sua disponibilização: há 60 agentes de segurança civil para verificar a montagem e manutenção destas estações de emergência, que não ficarão no país, mas servem para fazer a transição", afirmou a diplomata.

Enviar as estações, que podem produzir cada uma 250 metros cúbicos de água potável por dia, é um grande desafio: cada equipamento pesa sete toneladas e a via aérea é a única solução levando em conta as dificuldades de acesso às zonas mais devastadas.

A lenta disponibilização da ajuda enfureceu alguns habitantes das áreas isoladas. Muitos comboios humanitários foram bloqueados pelas barricadas feitas por moradores na avenida nacional que atravessa a ilha sul.

Além da necessidade de ajuda humanitária de emergência, a passagem do furacão Matthew obrigou os países estrangeiros a revisar seus programas de cooperação existentes. A França anunciou que desbloqueou 150 mil euros suplementares a título de ajuda humanitária para o Haiti.



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