"Cuidem que ninguém se exclua da graça." (Hb
12.15)
Essa onda de igreja que pisa na graça e rechaça desajustado é
fato aí ao sol. Porém, penso na auto exclusão.
Eu-igreja entro em contato com eu-pecado e sentencio a morte o
eu-réu, depois de ouvir o eu-júri e o eu-opinião-dos-outros. Então, o
eu-oficial-de-justiça me conduz para meu "auto-inferno", o qual
atravesso com as barcas da auto comiseração e ódio a mim mesmo.
Acabo de lembrar de Satre: "o inferno são os outros".
Como? Vai ver que o inferno sou eu infernizando a mim mesmo antes de todos os
outros. Não me perdoo, não me aguento. Não há gracejo para mim. É filho que se
vê como dejeto não reciclável.
Portanto, não perdoar a si é um ato de
"des-compaixão", de orgulho.
O suposto humilde que pecou e lixo se vê para sempre. Não se
inocenta por apego a justiça. Humilde? Não. Tremendo orgulhoso que sobe a
cadeira de Deus - o verdadeiro juiz - para descer lenha sobre pobre coitato, a
saber, ele mesmo.
Lembrei do versículo,
"Cuidem...". Atuem. Preguem. Curem. Caminhem para que
todos os que creem incluam a si mesmo na graça.
A graça, essa boa notícia do "não é por nós mesmo", é
fé que nos inclui. É como canta Arnaldo Antunes: "põe fé que já é".
Põe fé que Deus te perdoou pois isso já é. Sim, na cena do
tribunal você, filho de Deus, não é juiz nem réu condenado, é o remido.
2016 David Riker
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